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BANDEIRA VERMELHA 2 continua em Julho de 2021

Olá! A ANEEL anunciou dia 29 de Junho, a bandeira tarifária para o mês de Julho de 2021: ela permanecerá VERMELHA no patamar 2, com valor definido hoje (terça-feira, 29/6) em reunião de diretoria da ANEEL: R$ 9,49 para cada 100kW consumidos por hora - um aumento de mais de 52%. No mês de Junho, o custo adicional nas contas de energia para esta mesma bandeira era de R$6,24 para cada 100kW consumidos por hora. 

Aumento das outras bandeiras 

Haviam especulações de que este valor pudesse passar dos R$ 11,00 segundo a CNN Brasil. Pior: matéria da rádio CBN aponta que, pela vontade dos diretores da agência, para não haver déficit o aumento na bandeira deveria ser de 84% até o término do ano. Mas, no final o reajuste foi menor para tentar forçadamente conter o desperdício e consumo excessivos de energia - e assim, evitar racionamentos e mesmo possíveis blackouts (apagões). A diretoria da ANEEL decidiu ainda nesta reunião, novos valores para as outras bandeiras tarifárias e, em São Paulo, aprovou um novo aumento nas contas de energia em 10% (fora o aumento já concedido nas bandeiras). No total, o aumento geral para os clientes da concessionária ENEL no estado chegará a 60% com a adoção da bandeira vermelha 2.

Veja a nova configuração das bandeiras tarifárias no país:

-a bandeira amarela aumentará para R$ 1,874 a cada 100 kWh;
-a vermelha patamar 1 aumentará para R$ 3,971 a cada 100 kWh e,
-a vermelha patamar 2, aumentará para R$ 9,492 a cada 100 kWh. 


As causas

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê que pelo menos oito grandes usinas hidrelétricas instaladas na região sudeste devem ficar com os seus reservatórios perto do esgotamento total até 30 de Novembro de 2021. Chuvas em Abril, período seco em Maio, redução severa no nível de água nos principais reservatórios em Junho: o risco de colapso no abastecimento de água e geração de energia elétrica está rondando o país. 


Julho inicia-se agora com mesma perspectiva hidrológica desfavorável, com os principais reservatórios do sistema em níveis muito baixos para esta época do ano. Em contraste a esta péssima situação de seca, o Rio Negro (imagem abaixo) no estado do Amazonas atingiu no mês de Junho o recorde de 30 metros de cheia - a maior vazão em 119 anos na capital Manaus.

Em Itacoatiara, o Rio Amazonas atingiu 15,20 metros. O Rio Solimões também alcançou na cidade de Manacapuru a marca de 20,82 metros, nível também maior desde 2015, nos 49 anos de sua medição. Dados da Defesa Civil do Estado do Amazonas revela que, dos seus 62 municípios, 58 ficaram alagados pelas cheias dos rios, com mais de 400 mil pessoas afetadas.  

Já o nível dos reservatórios nas usinas hidrelétricas da região Sudeste/Centro-Oeste fechou o mês de Maio com o menor volume de água desde 2001, quando o país passou por um racionamento. Na imagem abaixo (Dezembro de 2020) já é possível observar a situação bem preocupante da Represa do Jaguari do Sistema Cantareira, localizada na cidade de Jacareí, interior paulista. 

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) gastou em Junho R$ 20 milhões em uma campanha nacional pelo “uso consciente de energia elétrica e de água", em meio a grave crise hídrica nas principais usinas hidrelétricas do país. O objetivo da ação é alcançar a população brasileira com a “mensagem da campanha, aumentando assim a frequência e cobertura” da ação. 



Criado pela ANEEL, o sistema de bandeiras tarifárias sinaliza o custo real da energia gerada, possibilitando aos consumidores o bom uso da energia elétrica. O funcionamento das bandeiras tarifárias é simples: as cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração de energia. 



Aumentos de tarifas nas crises climáticas: um 'problema global'

Tantos aumentos assim no país podem nos fazer pensar que este, é um 'absurdo' que ocorre apenas por aqui. Mas, não. Em Fevereiro de 2021 por exemplo, as contas de luz no estado americano do Texas chegaram a quase R$ 90 mil após fortes nevascas. Além do frio abaixo de zero (pelo menos 70 pessoas morreram quando os termômetros marcaram -18ºC), tempestades de neve e riscos a saúde, os cidadãos texanos sofreram com a falta de energia (15 mil pessoas apenas no dia 22 de Fevereiro) e contas de luz altíssimas.

Os moradores que ainda tiveram o fornecimento de energia mantido, se depararam com contas de luz chegando aos cinco dígitos. Um morador de Dallas, veterano do Exército Scott Willoughby pagou uma conta de US$ 16 mil (cerca de R$ 88 mil) por apenas alguns dias de uso, acabando de vez com a sua poupança. Susan Hosford, moradora da cidade texana de Denison, recebeu uma cobrança de US$ 1.300 (R$ 7.100) por duas primeiras semanas de consumo em Fevereiro. Outras pessoas reclamaram nas redes sociais sobre as suas altas contas de luz recebidas da operadora Griddy, que atende apenas o Texas - um dos poucos Estados dos EUA que tem um sistema independente de fornecimento de energia. O que dificulta o socorro rápido por Estados vizinhos em situações de crise climática. 

No mês de Junho de 2021, ondas de calor nos EUA alcançaram temperaturas de três dígitos no noroeste do Pacífico. Foi a chamada 'cúpula de calor' (Heat Dome) persistente, que já começa a afetar a economia americana. Em Portland, Oregon, o sistema de bondes desliga conforme cabos de força derreteram na rede elétrica.



Perto de Seattle, estradas racharam numa grande interestadual. Metade das residências nesta região e outras regiões tem ar condicionado. Por conta disso, uma concessionária de energia que atende partes de Washington e Idaho, instituiu racionamentos contínuos devido a alta demanda de eletricidade. No calor extremo, o consumo de energia aumenta à medida que as pessoas tentam se manter frescas. Isso pode forçar o 'envelhecimento' prematuro das redes de energia, que não são construídas para resistir a temperaturas tão escaldantes. À medida que 'espaços de resfriamento' públicos são abertos para socorrer a população (como o da cidade de Portland, logo abaixo) , o preço da eletricidade sobe para mais de 400% em partes do noroeste do Pacífico devido a demanda - algo quase parecido com o que ocorre agora mesmo aqui no Brasil, com as secas nos reservatórios em pleno inverno não dando conta na demanda do consumo.

O calor que mata

O Canadá experimenta algo mais trágico com o 'Heat Dome' em seu verão 2021: só no final de Junho, cidades como a pequena Lytton tornaram-se um dos lugares mais quentes do mundo ao registrar a marca de 49,6°C. Em quatro dias, foram registradas 233 mortes na região. Especialistas dizem que as mudanças climáticas devem aumentar a frequência de eventos climáticos extremos, como ondas de calor. As temperaturas no Canadá nunca haviam passado dos 45ºC. Porém, desde os anos 70 os cientistas vêm alertando sobre o efeito das mudanças climáticas nas ondas de calor que viriam com frequência anos adiante, sempre bem mais duradouras e intensas. Mesmo assim, nunca se viu nada igual ao calorão atual. Um 'domo de calor' como este é raríssimo e, deveria ocorrer apenas uma vez a cada milênio. Mas o aquecimento global causado pelo homem só torna os extremos climáticos como esse cada vez mais comuns. Só em Vancouver, acredita-se que o calor tenha contribuído para a morte inesperada de 65 pessoas desde o dia 28 de Junho. 

Com o acionamento da bandeira vermelha em seu maior patamar, é importante continuar reforçando a todos os consumidores as principais ações cidadãs relacionadas ao uso consciente e combate ao desperdício de água e energia elétrica. Estas atitudes, evitam desconfortos, emergências e até mortes em crises climáticas como as que observamos acima.

Mais do que nunca agora, é hora de economizarmos o quanto pudermos no país em meio a toda esta crise hídrica, climática e pandêmica: 

Leia nos links logo abaixo, como fazer isso corretamente! 

Evitando QUEDAS em Cantareira!

Motivos e Dicas para economizarmos Água
Como economizar energia elétrica?

Veja mais de 80 Dicas! 

Fontes: ANEEL, CNN Brasil, Metropoles.com, CBN, Terra, CBS News



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