O secretário estadual de educação, Rossieli Soares, disse à CNN Brasil dia 15 último que
"... prevê-se a permissão de atividades presenciais mesmo em caso de bandeira vermelha, com sete, oito, dez alunos por sala na formato de rodízio". Ele defendeu o retorno às aulas "em ambiente controlado, não solto na rua, na praia, em festa com adolescentes; fechando as outras 'coisas' para que as escolas funcionem... se tiver que fechar a escola, que seja a última coisa a ser fechada".
Professores e funcionários reclamam da medida: as entidades que os representam defendem a revogação da proposta. O temor dos profissionais é meio que justificável: um relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM) revelou que em 2019:
- quase 26% das escolas municipais não tinham papel higiênico nos banheiros dos estudantes
- somente 25% das unidades escolares tinham sabonete líquido e
- 30% tinham papel toalha disponível para uso dos alunos
Em ambientes fechados como as salas de aula a transmissão da covid-19 é facilitada pela baixa dispersão do aerossol. E o Instituto Butantan também já alertou: embora dados mostrem que crianças e adolescentes são menos suscetíveis à doença e sua transmissão, ao retomar atividades presenciais, milhões de pessoas circularão diariamente (pais, professores, outros profissionais), potencializando o ambiente viral.
As responsabilidades das escolas num ambiente pandêmico
Máscara, álcool gel, lavagem das mãos, distanciamento físico, braço no rosto, não cumprimentos...
Todas estas medidas presenciais tomadas pelas escolas públicas e privadas somam-se agora, a inclusão da desinfecção de ambientes controlados por iluminação artificial UV-C.
A Codlux® postou AQUI no Blog (logo no início de Junho de 2020) tudo a respeito do assunto para alertar você e sua família: informações e dúvidas em relação a tecnologia; os produtos já lançados e os alarmantes incidentes - e acidentes! - causados pelo uso inadequado de equipamentos. E o assunto é - e continuará sendo - realmente muito sério.
Cientistas da gigante empresa japonesa de iluminação Led Ushio por exemplo, estão reforçando agora os alertas sobre o número de lâmpadas UV (ultravioleta) 'não filtradas', que podem chegar ao mercado em 2021. Eles dizem que estão profundamente preocupados com a produção destes produtos potencialmente inseguros, que trabalharão com um comprimento de onda 'aberto' de 222 nm (nanômetro, que mede o comprimento de onda de pico) - algo sem precedentes. Esses dispositivos apresentarão um grave risco para a saúde humana se não forem 'filtrados corretamente'. A equipe da Ushio também informou que as lâmpadas em 222 nm atualmente no mercado não são mono-espectrais. Para ser mais claro: a zona de segurança da luz UV-C é de 200 nm e filtrada. A empresa afirma que trabalhou com instituições globais de pesquisa para descobrir como filtrar os raios nocivos da luz UV-C emitida por seus equipamentos de desinfecção. O Irving Medical Center da Columbia University por exemplo, produziu com sucesso um filtro viável para os produtos Ushio de espectro ultravioleta. E os pesquisadores da empresa continuam o alerta:
Relembrando os casos acidentais
Quando uma aplicação inadvertida avança em campo mais que seus estudos e métodos comprovadamente confiáveis, as chances de erros são inevitáveis. Também foi assim com o Led-UVC na pandemia do coronavírus. Em Outubro de 2020, uma escola primária de Yhang, China, teve 130 alunos seus expostos indevidamente à lâmpadas de desinfecção UV-C por cinco horas seguidas! Muitos deles sofreram queimaduras nos olhos e na pele. A causa do acidente foi um erro humano: o eletricista responsável pala manutenção local acendeu por engano as lâmpadas UV-C de três salas de aula após uma queda de energia. Também na cidade chinesa de Tianjin, 44 alunos da série primária foram expostos por até nove horas a luz ultravioleta UV-C depois que funcionários da escola esqueceram-se de desligá-las na sala de aula, o que causou em alguns alunos danos em seus olhos, rostos e graves queimaduras em outros.
As escolas chinesas já usam luzes UV-C para desinfectar as salas de aula e matar germes, mas elas só devem ser acionadas quando não há crianças na sala e por períodos muito curtos de tempo. A história tocou nos nervos do público chinês em parte porque, é um cenário de pesadelo para estes pais que se repete em todo o país: também em Setembro, estudantes na província de Jiangsu, leste da China, sofreram descamação de pele e visão embaçada em um incidente assustadoramente semelhante. Na cidade de Guangzhou em 2016, a mesma coisa aconteceu em duas escolas diferentes no período de três dias, ferindo 23 alunos do quinto ano num prédio e 80 em outro.
A empresa Robotic Activations chegou a se desculpar publicamente, depois que uma demonstração de seu robô afetou de cinco a dez pessoas presentes, que precisaram de algum tratamento médico devido à exposição à luz ultravioleta. Algumas dela simplesmente não conseguiam mais abrir os olhos por um período de tempo e, quando o faziam, "viam branco puro!". A empresa envolvida disse "ter pensado tomar todas as precauções ao ligar o robô, mas descobriu que não o teria feito adequadamente".
As advertências governamentais
A enorme expectativa e produção desenfreada para tudo o que é tipo de equipamento/cacarecos UV-C em 2020, despertou a preocupação de muitas entidades e organizações para o segmento. A Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos por exemplo, fez no final de Agosto de 2020 o seu primeiro pronunciamento oficial sobre o uso da Luz UV/UV-C no combate ao coronavírus:
"... elas nem sempre são seguras e não está claro o quanto elas matam o vírus",
disse um comunicado do órgão americano a época.
Já as Associações da indústria de UV - junto a RadTech North America, fornecedores de equipamentos UV, cientistas, engenheiros, consultores e membros da profissão médica - publicaram um comunicado de imprensa para informar ao público basicamente um recado bem direto sobre o tema:
"Não use luz UV no corpo humano para desinfecção!"
O comunicado em conjunto veio depois desta declaração feita pelo ex-presidente Donald Trump em 23 de Abril de 2020:
"... injetar Luz UV no corpo poderia ser uma maneira de matar o coronavírus"
Logo após suas palavras, uma onda de duvidosos equipamentos UV para desinfecção contra o coronavírus no formato 'portátil' invadiu a internet e muitos lares americanos no período - inclusive modelos tipo cateter (!), para enviar luz UV direto na garganta do usuário. Abaixo, um dos modelos de mão vendidos, a Desinfection Lamp.
Richard Parsons, professor sênior de toxicologia bioquímica do King's College London, classificou estes equipamento da seguinte forma:
"Eu descreveria isso como medicamento charlatão... acredita-se que a luz UV seja responsável pela maioria dos cânceres de pele diagnosticados. Empurrar um tubo com luz UV para a garganta de alguém, tem mais chances de causar danos às células nos pulmões do que matar o coronavírus.”
O que saber e fazer para se prevenir contra a exposição UV?
Muito provavelmente nesta dramática volta as aulas de 2021, pouquíssimas escolas terão a sua disposição robôs, luminárias de teto, lâmpadas móveis ou bastões com tecnologia UV/UV-C para desinfectarem os espaços compartilhados por seus alunos e funcionários. O ideal seria que sim, todas tivessem, como uma forma adicional de garantir a segurança de todos os usuários locais além daquelas medidas já conhecidas e aplicadas. Mas, e as que tiverem? Informarão a você ou a seus filhos sobre isso? E se informaram, o fizeram da maneira correta?
Aqui estão algumas dicas adicionais (além das informações já publicadas anteriormente pelo Blog) para que você e seus filhos saibam mais a respeito da luz UV/UV-C - uma tecnologia que já pode estar sendo aplicada na sua escola nesta volta as aulas de 2021 e, ao que tudo indica, está vindo para ficar!
- EXIJA da escola onde o seu filho estuda, informações concretas sobre os possíveis usos de desinfecção por luz UV/UV-C nas salas de aula e outros espaços compartilhados pelos alunos
- a luz UV/UV-C é a mais usada por robôs para matar patógenos como o coronavírus
- saiba mais sobre a fonte emissora de luz: uma 'radiação' UV/UV-C pode ser proveniente de um equipamento em Led ou não (como lâmpadas de mercúrio por exemplo)
- não deve haver seres vivos presentes durante qualquer processo de desinfecção por luz UV/UV-C
- a luz UV é originalmente invisível a olho nu. Para que a sua emissão possa ser 'observada' num equipamento de desinfecção, são adicionados a ela leds coloridos (geralmente nas cores violeta/lilás/azul) para alertar aos desavisados que o mesmo encontra-se em plena operação
- alguns equipamentos UV-C também trabalham em conjunto com Ozônio (O3). O Ozônio pode ser inalado acidentalmente durante sua liberação pelo equipamento de desinfecção, causando irritações nas mucosas bucais/nasais, gestantes e sendo prejudicial também a animais e plantas. Estes equipamentos exigem, após o seu uso, arejamento local por no mínimo 30 minutos
- tenha SEMPRE em mente: eu NUNCA posso ver ou estar no mesmo local que um robô ou luminária UV-C - ligados ou não (alguns deles são até silenciosos)
- NUNCA MEXA (por curiosidade, ordem alheia ou auxílio) em qualquer equipamento desinfectante UV/UV-C (robô, lâmpada, luminária, bastões etc)
- peça auxílio para que retirem todo equipamento UV/UV-C que não esteja seguramente em uso na sala de aula
- equipamentos UV/UV-C portáteis para desinfectar celulares - ou do tipo 'forno' pra certos tipos de alimentos - também devem ser operados APENAS por adultos responsáveis, nunca por crianças
- alguns modelos de equipamentos UV/UV-C tem baterias de longa duração. Por isto não se engane em caso de falta de luz ou blackout: eles podem continuar funcionando sem você perceber!
- cuidados na manutenção: baterias fracas ou mau funcionamento nos sensores do equipamento UV/UV-C podem causar 'armadilhas', que farão você pensar que a desinfecção está desativada
- se num possível incidente, qualquer sintoma inconveniente aos olhos ou pele persistir por mais de 30 minutos, procure urgente auxílio médico!
- DENUNCIE às autoridades competentes, vendedores de equipamentos UV/UV-C fraudulentos ou sem as especificações/normatizações adequadas!
Oriente seus filhos com estas informações e, acima de tudo, fique tranquilo: a tecnologia de desinfecção por luz UV/UV-C bem especificada e aplicada no ambiente escolar, ajudará a garantir a eles um retorno seguro e sadio nesta inadiável Volta às Aulas.
Fontes: CNN, Led Inside, Lux Review
Codlux® - Luz em LED
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