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Fim do Horário de Verão e o seu impacto negativo



Olá!

Uma polêmica* gerada com o anúncio feito dia 5 de Abril pelo governo brasileiro sobre o fim do horário de verão este ano mexeu bastante nos meios energéticos e na população em geral através da internet. E praticamente, esse embate deu empate: metade aprovou e a outra metade, condenou a medida. Agora, o decreto assinado pelo Presidente Jair Bolsonaro extingue o horário de verão pelo menos em 2019/2020.

O Horário Brasileiro de Verão foi instituído no país pela primeira vez com o ex-presidente Getúlio Vargas, entre 3 de outubro de 1931 e 31 de março de 1932. Em julho de 2017, tramitava na Câmara dos Deputados um projeto de lei que pretendia acabar de vez com horário de verão.
Em 15 de dezembro de 2017, o então presidente Michel Temer assinou o decreto no. 9.242, reduzindo em duas semanas o horário de verão no ano de 2018.



A informação atual do fim do horário de verão foi dada pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros na sexta-feira, 5 de Abril. No mesmo dia, o Presidente Jair Bolsonaro havia dito que governo poderia acabar com o horário de verão. Questionado sobre detalhes da medida, Otávio Rêgo Barros respondeu: "Esta é a posição para este ano. Para o próximo ano, faremos avaliação posterior". Pouco depois de Otávio Rêgo Barros informar a decisão do governo, Bolsonaro publicou uma mensagem sobre o assunto no Twitter:

"Após estudos técnicos que apontam para a eliminação dos benefícios por conta de fatores como iluminação mais eficiente, evolução das posses, aumento do consumo de energia e mudança de hábitos da população, decidimos que não haverá Horário de Verão na temporada 2019/2020."

Horário de Verão no mundo

O horário de verão é adotado em muitos países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Groelândia, México, Nova Zelândia, Chile, Paraguai e Uruguai. Porém outras super potências como Rússia, China e Japão não implementam a medida. E a adoção total ou esporádica do Horário de Verão no planeta segue mais ou menos assim hoje:
-158 países e territórios não adotam
-82 países e territórios adotam pelo menos em parte
-73 países e territórios adotam em alguma época do ano
-9 países e territórios adotam apenas em alguma parte de sua área

Por continente, a configuração atual para as principais nações é a seguinte:
África: Marrocos e Namíbia.
América Central: Cuba, Haiti e Bahamas
América do Sul: Paraguai e Chile (Brasil sai este ano).
América do Norte: Grande parte do Canadá, dos Estados Unidos, e do México.
Europa: União Européia e Leste Europeu.
Oriente Médio: Irã, Síria, Jordânia, Líbano, Israel e Palestina.
Oceania: Nova Zelândia, parte da Austrália, Fíji, Samoa e Tonga.

Por que se defende?

Internacionalmente, estudos apontam três benefícios do horário de verão:
-economia de energia,
-redução de acidentes nos horários de pico do trânsito (que durante esse período possuem mais iluminação natural)
-redução de assaltos e crimes

No caso brasileiro podemos acrescentar ainda a possibilidade de armazenarmos mais água nos reservatórios das hidrelétricas durante o verão e poder utilizá-la depois durante os meses secos do inverno. Além disso, a implantação do Horário de Verão, ao permitir que entre 19 e 20 horas ainda se disponha de claridade no céu, evita o custo de operação de usinas de energia elétrica para iluminar, ao entardecer, todas as regiões onde o sistema é implantado e que abrangem os maiores centros consumidores.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o Brasil economizou pelo menos R$ 1,4 bilhão desde 2010 por adotar o horário de verão. Segundo os números já divulgados, entre 2010 e 2014, o aproveitamento da luz do sol resultou em economia de R$ 835 milhões para os consumidores.
Em entrevista ao G1, David Prerau, especialista em horário de verão e Ph.d. pelo Instituto Tecnológico de Massachusetts, disse que a economia de energia não é o único benefício da implantação do horário de verão. Segundo ele, muitos países adotam a medida por conta da diminuição da criminalidade no horário de saída do trabalho e também pelo aumento do lazer da população, que pode curtir o fim de tarde por mais tempo.

Por que se recrimina? 

Com o horário de verão, as pessoas dormem antes do habitual e acordam uma hora mais cedo. Esta alteração do horário de sono, segundo especialistas, pode trazer alguns prejuízos, como sonolência durante o dia, insônia à noite, cansaço e falta de apetite. Essa confusão que acontece no nosso organismo é um fenômeno que os médicos chamam de "desordem temporal interna" em tudo semelhante ao jet lag. Estudos apontam, inclusive, que animais de estimação também são afetados com esses mesmos malefícios. Os que condenam o Horário de Verão alegam que:
-ele judia das crianças que tem que acordar mais cedo ainda para irem a escola,
-acelera o cansaço e estresse, causando doenças cardíacas e cerebrais,
-serve apenas para as indústrias produzirem ainda mais com menor custo, sem benefício real a população.
Para Michael Downing, professor da Universidade de Tufts, em Boston, e autor de "Spring Forward: The Annual Madness of Daylight Saving Time" (A primavera avançada: a loucura anual do horário de verão") a real intenção do adiantamento dos horários é o lobby das companhias de petróleo e das lojas de shopping, pois "as pessoas saem mais cedo do trabalho e vão às compras. E não vão andando. Elas pegam carros."

LED, o grande aliado da economia no Horário de Verão. Mas...

Bem, é Verão, o sol vai até as 20H00 quase, mas se eu esquecer e deixar um Led sem uso aceso por muito tempo não tem problema certo? Errado!! O Presidente Jair Bolsonaro está correto quando diz que hoje em dia a iluminação de ambientes está muito mais econômica com o uso das tecnologias modernas. E o Led atualmente é o principal protagonista desta história. Só que Jair Bolsonaro equivoca-se ao desprezar o altíssimo poder que uma lâmpada Led desligada representa para a economia de energia em um dia claro de Verão. Como a luz do Sol nesta estação estende-se até bem tarde, é necessário uma reprogramação nos equipamentos de iluminação que usam timer, fotocélulas e controladores de acionamento automático para que estes estejam sincronizados corretamente com a luz solar prolongada. Confiar apenas na ação humana para tal, é risco certo de desperdício! E é neste ponto que o Horário de Verão beneficamente auxilia as pessoas a ficarem mais alertas a situações assim por exemplo. Sem o Horário de Verão, ficamos naturalmente mais relaxados quanto a economia de energia - algo que em tempo algum deve ser negligenciado.

Não é incomum por exemplo mesmo com a adoção do horário de Verão, vermos por aí postes de iluminação pública acesos nas ruas as vezes já as 17H00, quando na verdade deveriam começar a acender lá pelas 19H00, dependendo a região em que estiverem localizados. E mesmo quando amanhece o dia, alguns deles ainda continuam acesos, as vezes até as 9, 10H00 da manhã (ou mais!).

Fazendo então uma conta simples (porém assombrosa!), vamos pegar como caso a nova iluminação pública da Marginal Pinheiros em São Paulo, que foi completamente entregue em 2015 a um custo de R$ 24,7 milhões. 

Esta poderosa iluminação da Marginal Pinheiros quando pronta, foi logo comparada à aquela finalizada em Julho de 2014 pela USP (Universidade de São Paulo) junto a sua Raia Olímpica. A implantação do novo sistema de iluminação da universidade teve início em Março de 2013 e, contou com a instalação de 150 postes para acolher as 200 luminárias em LED que seriam também dispostas nas Faculdade de Economia, Contabilidade e Administração (FEA) e estacionamento. Algumas destas luminárias incluíam enormes painéis solares - como as da Raia Olímpica, que beira a Marginal Pinheiros - para acenderem tímidos (senão ridículos) LEDs que, mais pareciam uma lanterna de pilha quando chegava a noite! Obviamente com a chegada da nova iluminação LED da Marginal Pinheiros, todo este equipamento (imagem abaixo) foi retirado. Imaginem o desperdício de dinheiro...


Janeiro de 2016: luminárias da Marginal Pinheiros comparadas as da USP (foto Robson Giro). 

Cada poderoso poste instalado na Marginal tem 2 luminárias (chamadas de "pétalas") que formam um conjunto completo de iluminação pública. Se um único par de pétalas de iluminação pública desses (cada uma com 280 Watts reais em puro Led) ficar aceso assim indiscriminadamente, teremos então para cada equipamento (poste), o seguinte desperdício - estendido para as mais de 3.000 luminárias instaladas em toda extensão da via:

*Poste de iluminação pública em Led aceso das 17H00 as 19H00= 2 horas a mais de gasto de energia.
Consumo parcial no período (2X 280W X 2H)= 1.120 Watts

**Poste de iluminação pública em Led aceso das 06H00 as 10H00= 4 horas a mais de gasto de energia. 
Consumo parcial no período (2X 280W X 4H)= 2.240 Watts

***Poste de iluminação pública em Led aceso desnecessariamente durante o dia= 6 horas a mais de gasto de energia.
Consumo total no período (1.120W (noite) + 2.240W (manhã) = 3.360 Watts

****3.000 postes de iluminação pública em Led acesos desnecessariamente durante o dia= 6 horas a mais de energia.
Consumo total no período (3.360W X 3.000)= 10.080.000 Watts (10 megawatts)

Durante um único dia neste mesmo ritmo, só a Marginal Pinheiros em São Paulo desperdiçaria mais de 10 megawatts de energia usando iluminação em Led! E não vamos nem multiplicar pelos 3 meses de vigência de um Horário de Verão comum, de tanto medo que temos desta conta!
Mas espera, tem ainda a cereja do bolo: cada luminária em Led substitui uma lâmpadas de vapor de sódio de 400 watts antigas, usadas antes na Marginal Pinheiros. Vamos fazer uma última multiplicação para ver quanto o Led economizou de verdade em seu desperdício nesta importante via de São Paulo? Lá vai:

*****Considerando que cada poste antigo ainda fizesse uso das 2 lâmpadas de vapor de sódio com 400 watts cada uma, multiplicando pelo total de equipamentos instalados na Marginal Pinheiros, seriam desperdiçados não 10 mas, bem mais de 14 megawatts de energia elétrica num único dia ao longo da via - esta energia toda perdida abasteceria uma cidade com 20.000 habitantes por exemplo. E nem estamos considerando que, mesmo gastando mais, a eficiência energética destas antigas lâmpadas é fraquíssima comparadas ao enorme poder de iluminar do Led.

Vamos inverter a situação agora e levar esta questão para as milhões de residências, empresas e edificações públicas nas grandes cidades: somados, quanto representaria o desperdício total em deixarmos todas as lâmpadas e demais equipamentos em Led acesos sem necessidade Brasil afora, "só porque" confiamos que eles são mais econômicos? Quanto pagaríamos a mais por isso no Custo-Brasil? Quanto estaríamos deixando de ser realmente sustentáveis (como propõe a tecnologia Led) ignorando as reais vantagens de um Horário de Verão? Os números estão logo no começo da postagem...

Logo, sentimos muito Sr. Presidente, mas o Sr. está equivocado. Depois disso, o Sr. ainda continuará achando o Horário de Verão desnecessário?

Apaguem sempre TODAS as suas luzes acesas sem uso. Mesmo que sejam de Led. Mesmo que seja Verão.

ATUALIZAÇÃO EM 03/08/21

Dois anos após ser extinto pelo presidente Jair Bolsonaro, o horário de Verão volta à cena como mais uma eficiente forma de poupar energia diante da crise hídrica enfrentada pelo país agora em 2021. Especialistas afirmam que, o mecanismo na mudança de horário atenua o consumo e alivia o bolso dos consumidores que, hoje pagam cada vez mais pela energia - a economia geral no horário de Verão pode chegar na ordem dos R$ 500 milhões. Após ser extinto pelo presidente da República, a ideia de aproveitar novamente a luz do Sol na época mais quente do ano comprovadamente pode voltar a mudar os hábitos dos consumidores. A consultoria financeira Inter.B por exemplo, considera que a decisão do governo de extinguir o horário de Verão não considerou o impacto positivo de sua aplicação em áreas econômicas onde por exemplo, bares e restaurantes dobrariam o seu faturamento no período noturno/happy hour. E, uma hora a mais de luz do Sol garante mais economia de energia a todas as demais empresas.

Mudança a vista? 

O presidente Jair Bolsonaro sinalizou no dia 2 de Agosto, um possível retorno do horário de Verão, afirmando em entrevista à Rádio ABC de Novo Hamburgo (RS), que, 

"...mesmo sendo contra a medida, se a população mudar de opinião sobre o tema, ele "segue a maioria... se a maioria da população quiser a volta, eu posso fazer isso aí... no momento, eu sei que para alguns setores aumenta o faturamento, porque as pessoas ficam mais tempo aí frequentando o comércio, isso a gente pesa aqui também. Mas no momento não tem clima, apoio popular, para a gente voltar o horário de verão."




O presidente também citou a possibilidade de racionamento de energia elétrica em 2021: segundo ele, 

"... em virtude da diversidade de matriz energética no País, quem porventura estiver com uma luz acesa a mais na sua casa, por favor, apaga essa luz, lá na ponta da linha, vai fazer a diferença... Peço a Deus que nos ajude mandando água para o Brasil". 

É esperar para ver... 

Robson Giro - especial para a Codlux® - Luz em Led

Fontes: G1, Wikipedia, USP, UOL, Terra 

*postagem originalmente publicada em 24/09/2019

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