Sexta-feira, 02 de Junho de 2017
A recente retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, que tem o objetivo de impedir o aumento da temperatura do planeta em mais de 2 graus Celsius, de certa forma não pegou o mundo de surpresa mas esfriou um pouco nossas esperanças em ver o mais rápido possível uma solução para o problema inadiável do aquecimento global.
Nesta semana em que celebramos o Meio Ambiente, é uma triste notícia para todos nós.
A BBC listou 5 possíveis consequências deste fato para o planeta, que resumidamente são:
1. O acordo fica mais fraco para evitar que a temperatura global suba mais de 2ºC - 2016 bateu recorde na emissões de dióxido de carbono. O acordo prevê limites à emissão de gases e que países ricos ajudem os mais pobres financeiramente a se adaptar às mudanças climáticas e na adoção de energias renováveis.
Os EUA contribuem com cerca de 15% nestas emissões, mas também financiam tecnologicamente o seu combate.
2. A China ganha protagonismo
É possível também que, além de aumentar a influência chinesa, a decisão americana abra espaço para que Canadá e México ascendam como influenciadores significativos nas Américas no esforço de impedir o aumento das temperaturas globais.
3. Lideranças empresariais globais se sentirão contrariadas
Centenas de empresas como Google, Apple e até mesmo produtoras de combustíveis fósseis como Exxon Mobil haviam pedido a Trump que se mantivesse nas negociações climáticas.
4. É improvável que o carvão volte a ter protagonismo
Uma das forças eleitorais de Trump no pleito de 2016 é região americana produtora de carvão - que gera 50% menos empregos que a indústria de energia solar - em Estados como Virgínia Ocidental, Ohio e Pensilvânia, à qual o presidente prometeu incentivos e empregos durante a campanha . A queda dos preços da energia renovável também tem levado nações como a Índia a adotar fontes mais verdes de combustível.
5. Ainda assim, as emissões devem cair
Mesmo com a saída americana, as emissões de carbono devem continuar a cair nos EUA - isso por causa do crescimento do gás como fonte de energia em substituição ao carvão.
O uso do gás de xisto - que também é alvo de polêmicas ambientais por sua extração "suja" - cresceu com o aumento da produção e queda de preços.
Esperança na Economia
Apesar da birra de Trump, as empresas americanas não estão empenhadas em seguir as orientações do presidente: Microsoft, Facebook, Apple, Coca-Cola, Exxon Mobil e bancos como o Goldman Sachs abriram guerra contra a decisão polêmica de retirada do Acordo de Paris e seguirão suas políticas para a Economia de Baixo Carbono.
US$1,4 trilhão é o que ela movimenta, praticamente toda a riqueza que o Brasil produz durante 1 ano inteiro!
As indústrias americanas já estão em pleno processo de troca da energia gerada pelo carvão por alternativas renováveis ou mesmo pelo gás.
Muitas empresas já internalizaram as mudanças climáticas em seus processos de produção como a Coca-Cola, que logicamente depende da água por exemplo para o mantenimento de seu negócio. Já a indústria automobilística está mais lenta neste processo, mas sofre também forte influência para adaptar-se aos inadiáveis tempos.
Na verdade, o tiro do presidente pode sair pela culatra: a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris irá forçar ainda mais toda a Comunidade Internacional a desnudar a sujeira escondida por debaixo do tapete em relação ao Aquecimento Global.
Aí então, Trump terá dado a sua grande e maior parcela de contribuição, mesmo sem ele querer...
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